Secretaria da Educação promove Semana da África nas escolas

Trazer a África para dentro da sala de aula. A iniciativa é da Secretaria da Educação do Estado da Bahia que promove, entre os dias 23 e 27 de maio, a Semana da África nas escolas estaduais. O evento visa ao fortalecimento da inclusão do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira e da educação para as relações étnico-raciais nas escolas, como determinam as alterações, da Lei nº 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação (Leis nº 10.639/03 e nº  11.645/08).


Durante o período – quando se comemora o Dia Nacional da Luta contra o Racismo (13 de maio) e Dia da África (25 de maio) –, a Secretaria orienta os professores a organizarem suas aulas, nas diversas áreas de conhecimento, a partir da história e cultura africana e afro-brasileira.


Na Semana da África, queremos que as escolas busquem e deem visibilidade às várias iniciativas que existem nelas e comecem a criar uma grande rede estadual que possibilite a transferência de conhecimentos diversos e consiga efetivar o projeto de se tornar a Bahia uma referência nacional na implementação das relações étnicos-raciais”, ressalta Rosângela Costa Araújo, diretora da Diretoria de Educação e suas Modalidades, da Secretaria da Educação do Estado.


O evento, que deverá atingir toda a rede estadual de ensino a partir da campanha Agora, a história já é outra, pretende mostrar a importância de estudar a África nas escolas como instrumento de enfrentamento do preconceito racial e da intolerância religiosa. “Também para que as pessoas não negras possam reivindicar suas africanidades, nos permitindo autonomia cultural”, completa. 


Projetos socioeducativos –
No Portal da Educação encontram-se textos sobre a África e apresentação de sugestões de conteúdos a serem trabalhados. Os professores não deixarão de tratar de assuntos referentes às suas áreas, mas poderão dar  visibilidade à contribuição dada a cada uma delas pela história e cultura africana e afro-brasileira, bem como provocando a reflexão sobre a educação para as relações étnico-raciais. Além disso, as escolas estão sendo incentivadas a desenvolver projetos socioeducativos com a temática da história e cultura africana e afro-brasileira.


Oficinas de estética negra (roupas e penteados afro), montagem de espetáculos de teatro e dança sobre a história e cultura africana e afro-brasileira, produção de pequenos vídeos utilizando celulares, desfile de beleza negra, dramatização de poemas e textos (como por exemplo, Navio Negreiro, de Castro Alves) e recitais de poesia de escritores negros, além de exposição de fotografias de personalidades negras e sarau de música afro-baiana, são algumas atividades a serem realizadas durante a Semana da África nas escolas estaduais.


Participação das escolas –
Entre os dias 23 e 24 de maio, serão produzidas e organizadas as atividades de culminância no dia 25, (Dia da África), quando as escolas levarão suas apresentações para fora do seu espaço, envolvendo a comunidade e mobilizando a cidade para a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira e para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Instituições como a Escola Parque o colégio Estadual Duque de Caxias (em Jequié) participam da programação da Semana da África.


Somos um país da diáspora africana e nossas africanidades não são específicas das pessoas de pele negra. Falamos, hoje, mais de três mil expressões de origem africana (xixi, maxixe, quiabo, babá, chamego, etc)”. A Bahia, segunda maior concentração de população negra da matriz cultural africana (considerando que 75% da população baiana é negra), tem pela frente o desafio de se tornar uma referência nacional na implementação das relações étnicos-raciais”, pontua a diretora da Diretoria de Educação e suas Modalidades.


Rosângela Araújo ressalta que o governo pretende inserir a capoeira em todas as escolas públicas. “A capoeira é um dos fenômenos juvenis mais abrangentes, com capacidade de atrair para o Brasil milhares de pessoas, por ano, das mais variadas culturas e grupos sociais”, enumera Rosângela Araújo. Até o século XX, a capoeira era contravenção. Hoje, está presente em mais de 160 países, sendo que, no Brasil, reúne cerca de nove milhões de praticantes. “Agora, a capoeira é de todo mundo”, comemora.

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